A mesa terá como objetivo apresentar reflexões teórico-metodológicas sobre pesquisas etnográficas em diferentes instituições estatais e suas interfaces com organizações não governamentais e outros agentes. Pretende-se destacar como essas experiências revelam processos de desenvolvimento de longa duração, os limites e as possibilidades dos modos de gerir e as situações de conflitos, de diversas naturezas, assim como os processos de mobilizações políticas que delas resultam. 
Os trabalhos enfocarão o fazer etnográfico em contextos institucionais nos quais há afinidade entre as formas de produção de conhecimento daqueles em posição de pesquisador e dos que se encontram provisoriamente em situação de pesquisado, como no caso do IPEA e da CAPES. Por outro lado, pretende-se compreender como se dão as disputas em torno dos limites entre o legal-judicial, o ético-profissional e sobre os dilemas de uma perspectiva antropológica em torno dessas controvérsias, no âmbito de um processo judicial, conhecido em Córdoba (Argentina) como “La Causa de los Magistrados”, um exemplo de “terrorismo de Estado”. Os três casos etnográficos tomados como processos sociais inconclusivos e dinâmicos nos permitirão discutir sobre quais são as práticas e dispositivos de poder dos Estados contemporâneos e seu aparato simbólico, bem como sobre distintas estratégias de produção de conhecimento etnográfico.