Experimentações com a escrita, a coleta de dados etnográficos e a forma de construir problemas de pesquisa são algumas das características das autoetnografias, que buscam abordar temas tidos como difíceis de serem apreendidos. Nelas, a subjetividade não precisa ser camuflada: é a partir dela que o conhecimento é produzido. Nega-se a neutralidade ou objetividade na produção de conhecimentos. Sua metodologia é engajada, crítica, política e emotiva. Neste sentido, esta oficina visa oferecer um espaço criativo para exploração de trabalhos que falem de si e foquem em experiências corporificadas. No primeiro dia, apresentaremos os debates teóricos e abordagens metodológico-conceituais da autoetnografia. Serão abordadas experiências narrativas, visuais, sonoras, entre outras. O segundo dia será dedicado a leituras de autoetnografias já publicadas em português, focando diferentes formas escritas e performáticas. Trabalharemos a exposição de vulnerabilidades, temas silenciados, invisibilizados ou pouco abordados nas discussões acadêmicas, refletindo sobre a potência do duplo vínculo da pessoa que é ao mesmo tempo pesquisadora e “nativa”. O terceiro dia será dedicado à problematização da produção autoetnográfica, ao estranhamento desse modo de produzir conhecimento e às ressonâncias que tais produções tiveram nas/os participantes da oficina. A oficina acontecerá de forma sequenciada e é imprescindível a presença da/o participante nos três dias.