OF 03. Encontros de fazeres dos profissionais em antropologia.

Coordenador(es):
Januaria Pereira Mello (INCRA e NEPAM/UNICAMP)

Ministrantes:
Sessão 1: 

Breno Trindade da Silva (UnB-PPGAS)
Sessão 2: 
Julia Marques Dalla Costa
Sessão 3: 
Mariana Balen Fernandes (UFRB)

Objetivo: Considerando o contexto atual de ataques ao exercício e à prática profissional antropológica, a oficina se propõe a ser um espaço de debate e reflexão entre profissionais de antropologia de diferentes áreas de atuação, visando a proposição de ações e encaminhamentos de diretrizes para formalização de intersecções e sobreposições das áreas de atuação. A partir do debate desses atores, a oficina objetiva consolidar redes em âmbito nacional e regional no Brasil para fortalecimento dos objetivos da categoria profissional de antropologia, esperando assim colaborar para o aprofundamento do debate no cenário atual. Metodologia: Terá início com um breve histórico das discussões sobre atuação profissional no âmbito da ABA (Comitê de Inserção Profissional) e outras redes de coletivos de antropólogas/os (como a aProa e a rede do Sudeste). Pontuará desafios macro da prática profissional da antropologia, como eventos que marcaram pontos de inflexão nas discussões sobre os desafios e avanços da profissão: investigações parlamentares e judiciais, debate sobre regulamentação da carreira, concursos públicos, espaços conquistados, entre outros. Os inscritos serão divididos em grupos, a partir do perfil similar de atuação e discutirão em torno de perguntas orientadoras, que tocarão em questões como a descrição das dificuldades e dos avanços da prática antropológica, bem como possibilidades de ações, inclusive discussão sobre a regulamentação.

Resumos submetidos
A CPI da Funai e do Incra e seus desdobramentos para a prática antropológica
Autoria: Julia Marques Dalla Costa (Incra)
Autoria: Cada vez mais a prática antropológica é alvo de ataques. A atual conjuntura é ambiente propício para a eclosão de movimentos que vinham sendo gestados. Junto das/os demais colegas participantes da oficina, vamos discutir sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a Funai e o Incra, em suas atribuições de demarcação de terras indígenas e quilombolas, respectivamente, a fim de refletir sobre seus desdobramentos e pensar novos caminhos a partir dessa experiência, assim como de outras iniciativas legislativas que dialogam diretamente com a prática antropológica. Ainda, vamos discutir sobre as ações do Executivo e suas (tentativas de) intervenções nas áreas de atuação das/os antropólogas/os. Esses debates estão intimamente ligados aos relativos à regulamentação, às redes profissionais, à formação, entre outros.
Formação e atuação antropológica em contextos de produção técnica
Autoria: Breno Trindade da Silva (UNB - Universidade de Brasília)
Autoria: Tendo em vista o contexto atual de ataques ao exercício e à prática profissional antropológica e a proposta da oficina de ser um espaço de debate e reflexão entre profissionais de antropologia de diferentes áreas de atuação, buscarei versar sobre a importância dos works técnicos como prática antropológica e sua relação como o processo de aprendizado de um fazer, muitas vezes, marginalizado dentro da formação profissional do(a) antropólogo(a). Nas últimas décadas, cada vez mais, a atuação antropológica é demandada nos mais diversos setores da sociedade ao mesmo tempo em que é colocada à prova enquanto fazer científico. Nesse sentido, até que ponto, nós profissionais de antropologia, estamos sendo qualificados para uma atuação que requer especificidades diferentes daquelas das práticas acadêmicas.