MR 025. Saúde com lágrimas: cidadania e peso social da maternidade e infância na vida cotidiana
Russell Parry Scott (UFPE) - Coordenador/a, Débora Diniz Rodrigues (Universidade de Brasília) - Participante, Ana Cláudia Rodrigues da Silva (Universidade Federal de Pernambuco) - Participante, Marcia Reis Longhi (UFPB) - ParticipanteEsta mesa examina mulheres cuidadoras diante do sistema de saúde. Foca suas práticas e emoções ao lidarem com problemas de saúde dos seus dependentes. Quando Scheper-Hughes escreveu "Morte sem lagrimas: a Violência da Vida Cotidiana no Brasil” descreveu um cotidiano violento e sistemas de saúde e de assistência muito precários que afetavam a maneira pela qual as mulheres encaravam a morte de bebês. Hoje a vida cotidiana continua violenta e sistemas de saúde e assistência precários, em maneiras bem diferentes. A implementação do SÚS, a adoção de metas de redução de mortalidade infantil e atenção básica na Estratégia de Saúde de Família, e o advento da epidemia da Síndrome Congênita da Zika implicaram num Estado mais presente. As mães tornam-se cidadãs. Recai nelas um enorme peso como responsáveis pelo alcance das metas da resolutividade nacional do sistema de saúde. Simultaneamente, as mulheres reivindicam direitos desrespeitados. Nesta mesa se discutem as mudanças históricas que contribuem para a relação de mulheres com a infância, com dependentes, e com o sistema de saúde e assistência. Examina manifestações de peso social nas mulheres, a sua inserção no campo de direitos e cidadania, e suas vivências de itinerários terapêuticos, dando realce às experiências, às emoções, às relações com os serviços e à capacidade de reivindicação das próprias mulheres nas suas buscas de atenção responsável como cuidadoras dos seus filhos e dependentes.