MR 039. Vínculos terranos: histórias de destruição e reconstrução em Brasil e Chile
Coordenador(es):
Eliana Santos Junqueira Creado (UFES)
Participantes:
Juan Carlos Skewes (Universidad Alberto Hurtado)
Ana Beatriz Vianna Mendes (UFMG)
Francisco Araos (Universidad de Los Lagos)
Eliana Santos Junqueira Creado (UFES)
Debatedor/a:
Eliana Santos Junqueira Creado (UFES)
A deterioração dos processos vitais do Planeta, produto das constantes crises e problemas socioambientais, obriga-nos a olhar as relações entre humanos e não humanos como exercícios de transformação e recomposição da vida em territórios devastados.
Ancorada nos debates atuais na Antropologia sobre a vida em mundos danificados (Tsing et al. 2017), a mesa congregará pesquisas que analítica e etnograficamente abordam diferentes formas de viver em/com/depois da devastação ambiental, tanto no contexto de desastres quanto em danos de longa duração.
Interessa-nos aprofundar reflexões sobre os desdobramentos desses processos no tempo-e-no-espaço, e, em especial, entender negociações e ações emergentes que surgem em contextos constituídos por conflitos de interesses, valores, percepções e ontologias, a partir de situações de restrições, deslocamentos, perdas, crises e desastres ambientais.
Serão abordadas situações em Brasil e Chile, com pesquisadores dos dois países, a saber: Ana Beatriz Vianna Mendes (Universidade Federal de Minas Gerais), Eliana Santos Junqueira Creado (Universidade Federal do Espírito Santo), Francisco Araos (Universidad de Los Lagos), Juan Carlos Skewes (Universidad Alberto Hurtado).
Resumos submetidos |
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Apurando entendimentos, armando a rede e montando a banca: narrativas de garimpeiros e pescadores sobre a vida após o desastre de Mariana (MG) Autoria: Ana Beatriz Vianna Mendes (UFMG) Autoria:
Em 2018 fui convidada a compor equipe técnica para elaboração de laudo pericial antropológico com objetivo de mapear comunidades tradicionais atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Barra Longa, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado (MG), e para construir subsídios para reparação e/ou compensação dessas comunidades. O rompimento da barragem de rejeitos da mineração, propriedade da Samarco, Vale e BHP Billiton, ocorreu em novembro de 2015 e contaminou o Rio Doce numa extensão de 663Km, até sua foz, no litoral do Espírito Santo, causando o maior desastre socioambiental do país. Para além de apresentar o drama de algumas famílias em sua insólita luta por reconhecimento de direitos, o foco do artigo está em descrever os impactos sobre as vidas de famílias tradicionais envolvidas com as práticas do garimpo e da pesca no município de Rio Doce (MG). |
Condiciones para el enraizamiento de los piquetes de vida frente a la asonada capitalista en el bosque templado en Chile Autoria: Juan Carlos Skewes (Universidad Alberto Hurtado) Autoria:
Los piquetes de vida son espacios para recrear las trayectorias biohistóricas interrumpidas por la acción capitalista. Desde una perspectiva que integra la ontología relacional y la economía política, se analizan procesos regenerativos en diversos casos en el bosque templado en Chile, identificándose las condiciones que facilitan su enraizamiento. La primacía de las relaciones biosociales, las alianzas estratégicas establecidas con las especies estructurantes del paisaje, la mediación de equívocos en la vinculación entre los diversos actores territoriales, la ontología relacional y los diseños espaciales son parte de estas condiciones. Los piquetes de vida son sitios fluidos, susceptibles de tensiones externas e internas y su existencia, aunque precaria, puede contribuir a la expansión de la soberanía local por sobre las imposiciones estructurales devenida de los intereses financieros. |
Somos el mar que se levanta para vencer: micropolíticas indígenas para la regeneración de los comunes en la mar austral de Chile Autoria: Francisco Araos (Universidad de Los Lagos) Autoria:
Los Espacios Costeros Marinos para Pueblos Originarios (ECMPOs) son tenencias marinas de los pueblos indígenas cuyo objetivo es el resguardo de los usos consuetudinarios practicados por comunidades asentadas en la zona costera de Chile. A partir del análisis del proceso de creación de los ECMPOs en la Región de Los Lagos, que concentra la mayor parte de las solicitudes en Chile, el trabajo discute la manera en que las comunidades indígenas están impugnando la privatización de los recursos comunes marinos y generando iniciativas para proteger/restaurar los procesos vitales (humanos y no humanos) de amplias zonas amenazadas por la degradación ambiental. Las experiencias discutidas muestran algunas posibilidades para enfrentar el antropoceno azul; recuperando el control de los comunes y diseñando paisajes capaces de hospedar otras formas de vivir en/con/después de la devastación ambiental. |