MR 027. O giro para a direita e os impactos sobre a Antropologia dos Esportes

Coordenador(es):
Luiz Fernando Rojo Mattos (UFF)

Participantes:
Arlei Sander Damo (UFRGS)
Leonardo Turchi Pacheco (UNIIFAL-MG)
Mariane da Silva Pisani (UFT)

Seguindo uma onda que atingiu diversos países no mundo e na América Latina, o Brasil também vivencia uma conjuntura de um governo de extrema-direita que atinge os direitos mais elementares da população. Neste sentido, a Comissão de Antropologia dos Esportes da IUAES tem proposto a discussão da análise dos impactos desta conjuntura sobre as políticas voltadas para as práticas esportivas. Para lidar com esta tarefa, entendemos que é importante realizar um balanço dos avanços e limitações vividos por esta área nos últimos catorze anos de governos democráticos, bem como analisar as políticas públicas voltadas para o esporte e o lazer nos âmbitos municipais e regionais. Portanto, esta mesa redonda se propõe a iniciar este debate, no contexto brasileiro, ao mesmo tempo em que reforça a importância de que o tema dos esportes que envolvem milhões de pessoas, seja no âmbito profissional ou como lazer, com forte impacto na economia, no turismo, nas relações de sociabilidade, entre outras esferas sociais, não pode ser excluído ou secundarizado nem das plataformas políticas de governos democráticos e progressistas nem da reflexão realizada dentro dos marcos da Antropologia brasileira.

Resumos submetidos
Um giro de 360º a direita? Notas preliminares sobre futebol e politica
Autoria: Leonardo Turchi Pacheco (UNIIFAL-MG)
Autoria:

Essa apresentação procura refletir sobre dois eixos da relação entre futebol e política. O primeiro eixo considera a perspectiva torcedora e procura compreender os motivos que na visão de alguns desses atores política e futebol não se associam. No segundo eixo é a perspectiva dos especialistas, através do jornalismo esportivo que cobre futebol em Minas Gerais, que é explorada. Aqui propomos refletir sobre a categoria neutralidade não somente como isenção clubista, mas também como isenção política. A partir desses dois eixos procura-se pensar se o giro a direita do esporte ao invés de ser movimento conjuntural é um movimento configuracional do campo. Sendo assim, é possível questionar: quando política e futebol estão em pauta o giro se movimenta à direita ou ele é um ponto a direita que sempre volta a si mesmo (as vezes dissimulado como negação, as vezes disfarçado como neutralidade)?