MR 024. Movimentos Ambientais e Étnicos Diante de Políticas de Energia e Desenvolvimento
Coordenador(es):
Vânia Rocha Fialho de Paiva e Souza (UPE/PROCADI - UFPE/PPGA)
Participantes:
Russell Parry Scott (UFPE)
Andrea L. M. Zhouri (UFMG)
Caroline Farias Leal Mendonça (Unilab)
Whodson Robson da Silva
O planejamento e a implementação de políticas de energia, associadas ao que Thomas Eriksen chama de desenvolvimento em tempos super acelerado,s têm se organizado em cadeias de produção energética envolvendo desde a mineração até as tecnologias mais avançadas no campo na energia nuclear. Pessoas que residem em locais de origem dos recursos energéticos almejados para intensificar a circulação de capital, bem como pessoas e grupos a elas associadas, operacionalizam conceitos de ambiente e de etnia para defrontarem-se com intervenções não desejadas nos seus espaços de viver. A inserção antropológica em espaços projetados para grandes empreendimentos energéticas e de mineração, com foco em estudos recentes em Pernambuco e Minas Gerais, tem documentado as maneiras de populações locais formarem ações e movimentos para se posicionarem diante tais empreendimentos. O/as expositor/as, a partir de campos específicos da pesquisa das suas equipes e de outros envolvidos nos processos, nas regiões nordeste e sudeste do Brasil, apresentam conceitos operacionais e dados etnográficos para compreender as práticas de defesa dos ambientes e etnias locais em confronto com as práticas dos empreendimentos que, em nome de desenvolvimento, elaboram estratégias de ocupação e de desocupação dos locais.
Resumos submetidos |
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Etnicidade e de Meio Ambiente como Pontos de Negociação com Grandes Empreendimentos e a Criação da Resistência no Sub-Médio São Francisco Autoria: Russell Parry Scott (UFPE) Autoria:
Este work examina as práticas exercidas de aplicação de licenciamento e compensação em ações da (CHESF) no Sub-Médio São Francisco. Três experiencias de envolvimento no processo pelo autor com inserções diferentes orienta os realces dados a processos que são descritos de acordo com 1) definições de ambiente e etnicidade compreensíveis através das práticas da Empresa, e 2) a mobilização da população atingida na negociação de acordo com essas práticas. Examina o reassentamento de Itaparica, final dos anos oitenta ; a elaboração de um EIA_RIMA para o projeto da barragem de Riacho Seco nos anos 200,; e o cálculo de uma indenização para Povo Indígena Tuxá, nos anos 2010. Foca nos usos e tensões entre o que se entendem como fatores ambientais e étnicos que incidem sobre a negociação de compensação de danos às populações atingidas. |
O Nordeste na rota da energia nuclear brasileira: conflitos, resistências e a arena de confrontos sociopolíticos Autoria: Whodson Robson da Silva, Vânia Rocha Fialho de Paiva e Souza Autoria: Problematizamos o campo sociopolítico em que dá a instalação da Central Nuclear do Nordeste em Itacuruba, Sertão de Pernambuco. A região em que se situam seis populações tradicionais fora inundada para a construção da Hidrelétrica de Itaparica, em 1988, e reconstruído para abrigar o coletivo realocado compulsoriamente pelo empreendimento. Em 2019, o Estado brasileiro confirma que na “nova” Itacuruba se instalará um complexo energético com 06 usinas nucleares e capacidade total de 6.600 MWe. A projeção de uma central nuclear no Nordeste não é um fato localizado, pelo contrário, envolve uma série de elementos, atores, instituições e conflitos que permeiam diferentes níveis e contextos de poder. Diante desse cenário os povos tradicionais têm elencado uma série de confrontos no intuito de assegurarem a proteção de suas territorialidades específicas frente à instalação do complexo nuclear.
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