MR 007. Acadêmicos(as) indígenas: contracolonização, desobediências políticas e epistêmicas

Coordenador(es):
Florêncio Almeida Vaz Filho (Ufopa)

Participantes:
Gersem José dos Santos Luciano (UFAM)
Joziléia Daniza Jagso Inacio Jacodsen Schild (UFSC)
Auricelia dos Anjos Fonseca (UFOPA)
Felipe Sotto Maior Cruz (UnB)

A resistência indígena frente à colonização iniciou com a chegada dos primeiros europeus. Xamãs e caciques lideraram desobediências abertas contra os regimes das missões, das vilas e do trabalho escravo. Frente às derrotas militares e ao genocídio indígena, vieram as estratégias mais discretas, inclusive a invisibilidade. Desde então, a história indígena nas Américas tem sido marcada por processos de afirmação étnica, pela defesa dos territórios, pela luta por uma educação intercultural e por direitos, dentro dos Estados Nacionais. Hoje, vemos a inserção de milhares de indígenas no ensino superior, reforçando as iniciativas dos seus povos em favor de direitos e autonomia. Esta atuação encontra sérias barreiras que somente podem ser superadas com rupturas ideológicas e transformações político-estruturais. No limite, exige-se uma verdadeira desobediência epistêmica, no âmbito acadêmico e social, e desobediência política, diante das ordenações e práticas racistas e genocidas dos Estados Nacionais. Desobedecer para construir espaços de liberdade indígena. Sem isso, a atuação dos indígenas se limitará à reprodução dos padrões coloniais racistas e excludentes, ainda que com a produção de uma "elite indígena". Assim, essa MR, com indígenas de diferentes regiões e trajetórias, está pautada em um exame em torno do que a experiência no Brasil tem desenhado no âmbito da luta dos intelectuais indígenas e seus coletivos por visibilidade, transformações epistêmicas e conquistas políticas.