MC 01. Corporalidades Dissidentes: intersecções entre gênero, sexualidade, raça, deficiência, classe e religião
Anahi Guedes de Mello (UFSC) - Coordenador/a, Jacqueline Moraes Teixeira (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento Cebrap) - Ministrante, Anahi Guedes de Mello (UFSC) - Ministrante, Pedro Lopes (USP) - MinistranteEste minicurso busca ampliar os leques de interlocução entre as teorias feministas e queer e os estudos sobre deficiência (Disability Studies), incorporando articulações com questões relacionadas à sexualidade, raça, classe e religião. O objetivo é refletir sobre a produção das diferenças e desigualdades em processos de inclusão e exclusão que colocam em evidência a articulação de sistemas classificatórios e experiências encarnadas segundo os registros desses marcadores sociais, os quais operam entre si conforme emergem como socialmente relevantes nos contextos vividos. As sessões têm em comum a compreensão de que as práticas sociais que produzem diferenças e desigualdades historicamente procuram inserir essas hierarquias no corpo dos sujeitos, cujas vidas e experiências, no entanto, extravasam e desafiam horizontes normativos.
Resumos submetidos |
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Deficiência, raça e nação: diálogos entre Brasil e África do Sul Autoria: Pedro Lopes Autoria: A terceira sessão objetiva seguir em articulação com as reflexões sobre gênero e sexualidade, estudos de gênero, feminismos e teorias queer e propondo um diálogo com a produção sul-africana, voltando-se para questões colocadas por desigualdades e diferenças de raça, classe e nação. A produção da África do Sul em estudos sobre deficiência será apresentada de modo temático, sem uma revisão exaustiva, com vistas a pensar sobre como a deficiência articula-se a raça e classe, e como a academia e o ativismo no país colocaram em evidência essa articulação. Nesse emprenho, enfatizaremos dois processos históricos: a história do apartheid e de violência do Estado; a epidemia do HIV/Aids e seus efeitos – em ambos os casos, atentando para as respostas potentes e criativas dadas pelos sujeitos que vivem e viveram tais processos.
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Introdução aos estudos sobre deficiência e à teoria crip Autoria: Anahi Guedes de Mello Autoria: A segunda sessão tem como objetivo abordar algumas questões contemporâneas relativas à constituição social da experiência da deficiência, à luz dos estudos sobre deficiência de matriz feminista e da teoria crip. A abordagem tem como foco as questões de construção do corpo, do gênero e da sexualidade, no sentido de compreender como essas categorias se articulam na manifestação da deficiência como "identidade política". Os principais tópicos a serem abordados são:
- Gênero e deficiência como categorias de análise;
- Perspectivas conceituais da articulação de gênero e deficiência;
- Movimentos sociais, gênero e deficiência;
- O modelo social de deficiência e sua articulação com gênero;
- A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência;
- As teorias queer e crip;
- Deficiência e interseccionalidades.
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Introduzindo alguns marcadores sociais da diferença: interface entre gênero, corpo e religião Autoria: Jacqueline Moraes Teixeira Autoria: A primeira sessão pretende introduzir algumas noções gerais sobre gênero, corpo e sexualidade a partir da apresentação de uma pequena genealogia do conceito de gênero, problematizando o modo como formas de poder e de desigualdade são socialmente produzidas, tornando-se referências na configuração de políticas sociais. Tal abordagem pretende esquadrinhar tais temáticas interseccionadas à apresentação de uma noção de religião como um marcador social da diferença por meio da exposição de controvérsias públicas que permearam o cenário político nacional, suscitando a compreensão de alguns embates contemporâneos travados entre sujeitos políticos, o reconhecimento de direitos civis e movimentos religiosos, pensados a partir de três processos sociais: 1) secularização do religioso; 2) religião e produção de sujeitos políticos; e 3) corpo, identidades de gênero e movimentos religiosos.
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