Vivemos num mundo globalizado caracterizado pelo aumento crescente das migrações transnacionais, expulsões, brutalidade e precariedade da vida humana. Numa conjuntura marcada por um capitalismo corporativo destrutivo, essas mobilidades (e imobilidades) refletem crescentes desigualdades sociais e o surgimento de uma nova lógica de exclusão socia.. Simultaneamente à predominância de ideologias e retóricas ancoradas em “direitos humanos” e no humanitarismo, são criadas categorias sociais e políticas de governança tecnocrata de securitização, militarização, criminalização e desumanização da pobreza. Dessa perspectiva, o Comitê Migrações e Deslocamentos da ABA pretende, com esse fórum, apresentar e discutir as relações entre securitização, militarização e humanitarismo na questão migratória, a partir do Brasil. Enquanto a primeira sessão apresenta como esses paradoxos incidem na política migratória, a segunda sessão focaliza as atuais controvérsias, incoerências e dilemas da federalização da militarização da questão migratória no Estado de Roraima e sua relação com o humanitarismo na acolhida de migrantes transnacionais da Venezuela, incluindo migrantes indígenas dos povos Warao e Eñape.