SE 06. Grafias da imagem na Antropologia em ação
Cláudia Turra Magni (Universidade Federal de Pelotas) - Coordenador/a, Ana Lúcia Marques Camargo Ferraz (UFF) - Coordenador/a, Ana Zanotti (Documentarista Independente) - Participante, Ana Luiza Carvalho da Rocha (Universidade Feevale/RS) - Participante, Alexandre Fleming Câmara Vale (Universidade Federal do Ceará) - Debatedor/a, Zoy Anastassakis (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) - Participante, Bárbara Andréa Silva Copque (UERJ) - Participante, Fabiana Bruno (Unicamp) - Participante, Aina Guimarães Azevedo (Universidade Federal da Paraíba) - Debatedor/aA constituição, produção, extroversão, circulação e o ensino dos saberes antropológicos já não se conformam às convenções e aos princípios epistemológicos assimétricos e hierárquicos que prevaleceram ao longo da história dessa disciplina. Os trabalhos e as ações de pesquisadoras/es que pretendemos reunir e discutir neste Simpósio, tensionam as formas e fundamentos da prática antropológica e da escrita etnográfica, (des/re)articulando seus conceitos e pensamentos - seja pela experimentação de múltiplas grafias com, através e a partir de imagens, seja por inovações práticas e reflexivas, envolvendo a intertextualidade, a hipermídia e outros meios digitais e virtuais de engajamento e experiência do mundo. Arriscam-se, assim, na invenção de formas dialógicas, experimentais e criativas de conceber e questionar, não apenas a antropologia, como também a universidade, a cultura e suas próprias conceituações. Através do trabalho poético da imagem e do imaginário, de princípios de (de/re)composição e (des/re)montagem, investem nas dimensões antropológicas do percebido e do imaginado, propõem correspondências, narrativas públicas e intervenções museológicas, cujo fluxo, o devir, e a circulação social interrogam e colocam à prova o fazer antropológico contemporâneo.
Resumos submetidos |
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'Hasta la Semana que Viene', un film participativo para reflexionar sobre el cambio social en contextos de vida rural en riesgo Autoria: Ana Zanotti Autoria: En la convergencia de la mirada documental y la antropología social, iniciamos esta película en 2010 desde los porosos bordes interculturales de Misiones en el nordeste argentino.
'Hasta la Semana que Viene' sigue acciones colectivas de familias rurales empobrecidas por políticas neoliberales de fines de los ’90 gestando las Ferias Francas de Misiones, reveladora experiencia organizativa de mercados de cercanía, trama dinámica de encuentros semanales en localidades de toda la provincia, donde van a vender lo que producen en sus huertas y chacras, galerías y galpones, patios y cocinas, sosteniendo sus formas de subsistencia tradicional.
Con perspectiva de género y diseño participativo, abrimos rodaje con un taller audiovisual con 25 mujeres feriantes para facilitar el registro de sus propias 'miradas' sobre el proceso de las Ferias, diálogo que luego trasladaríamos al relato audiovisual.
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E se experimentássemos fazer antropologia por meio do design? Autoria: Zoy Anastassakis Autoria: A imaginação de futuros alternativos é questão que envolve designers e antropólogos. Entre os que discutem o tema, Gatt e Ingold (2013) se destacam ao propor a design anthropology que se caracteriza como antropologia por meio do design. A área não se pretende como campo estável, mas como o que McLean (2017) define por third space: espaço liminar de instabilidade, transição e transformação, onde modos de produção de conhecimento operam em combinação, colaborando, sem reduzir as exigências de cada área. A pesquisa pretende operar nos interstícios, explorando as liminaridades entre cânone e ruptura, que Ingold (2016) nomeia de diferenciação intersticial ou in-between-ness. Além de uma introdução ao debate apontado, comento pesquisas realizadas no Laboratório de Design e Antropologia da Escola Superior de Desenho Industrial, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
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Fotografias brincantes, palavras viajantes: diálogos possíveis entre a antropologia, a fotografia e a saúde mental Autoria: Bárbara Andréa Silva Copque Autoria: A presente comunicação busca uma aproximação entre a antropologia visual, a antropologia da saúde e a educação em saúde, através do uso da fotografia em oficinas realizadas no Espaço Travessia/Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde, do Instituto Nise da Silveira, Rio de Janeiro. Voltadas para atividades com clientes da rede de saúde mental, funcionários e a comunidade, as oficinas, chamadas “Fotografias Brincantes, Palavras Viajantes”, realizadas em parceria com o fotógrafo Marcelo Valle, propõem a utilização da artesania fotográfica - processos históricos, artesanais e alternativos - como ferramentas criativas e motivadoras no auxílio do tratamento e integração social das pessoas com sofrimento psíquico. A fotografia e seus dispositivos convidam à criação de narrativas - e seu compartilhamento - e à ampliação das possibilidades de conexão com o mundo que os cercam.
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Imagens, palavras e montagens: a potência da experimentação das grafias no fazer antropológico Autoria: Fabiana Bruno Autoria: Esta comunicação se alicerça a partir de experiências de pesquisa, as quais resultaram em aprofundamento teórico-metodológico das imagens como forma de conhecimento em antropologia. Estes estudos afiliam-se a uma epistemologia e heurística do visual, por meio de experimentação das grafias – recriações de formas visuais. Tomando como ponto de partida um duplo questionamento acerca dos arquivos de fotografias, das narrativas e trajetórias visuais de vida, tem se investigado: de um lado, o quê e como se narra e se lê uma imagem e, de outro, o quê e como se mostra e se imagina uma imagem. Noções antropológicas sobre as imagens (Belting) são problematizadas, recorrendo-se ao universo das montagens dos atlas (Warburg; Didi-Huberman) e constelações (Benjamin) de imagens – e não apenas aos “álbuns” – para perscrutar o conhecimento por imagem nas intersecções do pensar e imaginar.
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Poeiras do Tempo e as figuras do imaginário no sul do Brasil, os desafios para a produção de jogos de eletrônicos Autoria: Ana Luiza Carvalho da Rocha Autoria: A comunicação aborda o processo de criação do jogo Poeiras do tempo, figurações da memória no sul do Brasil, no corpo das investigações do BIEV/UFRGS a partir dos desafios de transpor as artes de narrar da Antropologia audiovisual para a produção de jogos eletrônicos. Na produção de uma obra híbrida, buscamos criar um dialogo intertextual entre os gêneros narrativos do documentário etnográfico, por um lado, e dos jogos eletrônicos, por outro lado. Seguimos as reflexões de Janet Murray [2003] para a quem os jogos digitais se destacam por sua potencialidade de contar histórias. Trata-se de um convite ao jogador/espectador para aprender um pouco das velhas lendas e estórias sul rio-grandense cuja ancianidade subsiste no folclore popular e na tradição oral, tramada nas paisagens de antanho e nas lembranças dos antigos.
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