MR 005. Antropologia por meio do fazer: experiências de correspondência com praticantes habilidosos em instituições públicas de ensino e pesquisa
Zoy Anastassakis (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) - Coordenador/a, Raquel Gomes Noronha (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) - Participante, Thiago Lopes da Costa Oliveira (Museu do Índio) - Participante, Amilton Pelegrino de Mattos (Universidade Federal do Acre) - Participante, Isabel Ribeiro Penoni (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) - Debatedor/aA mesa tem por objetivo debater e apresentar pesquisas e projetos conduzidos por antropólogo/as que vem se dedicando a fazer antropologia por meio de experiências de correspondência que não sejam pautadas em práticas clássicas de etnografia, documentação e transmissão de informação, mas, sim, em experiências sociais, inovadoras e colaborativas, por meio de response abilities (INGOLD, 2018; HARAWAY, 2016), nossas habilidades de responder, ou melhor, de corresponder (INGOLD, 2018, 2016) ao que fazem os ‘outros’, seja aqueles que encontramos ‘em campo’ ou com quem convivemos nas instituições de ensino e pesquisa em que atuamos. Esses ‘outros’ são aqui percebidos como praticantes habilidosos (INGOLD, 2000) com quem buscamos estabelecer relações de correspondência, criando assim pesquisas e projetos comuns. Nesta mesa, tais questões emergem a partir de experimentações levadas a cabo em quatro instituições públicas, a saber, Museu do Índio - FUNAI, a Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ, a UFAC (Campus Floresta) e o Departamento de Desenho e Tecnologia da UFMA. Tais experimentos se constituem por meio de projetos colaborativos e práticas de ensino e pesquisa realizados em parceria com praticantes habilidosos tais como comunidades indígenas, quilombolas e de terreiro (MI, UERJ, UFAC e UFMA), artistas, artesãos e professores (MI, UERJ, UFAC e UFMA), estudantes de design (MI, UERJ e UFMA), e estudantes da licenciatura indígena no Centro de Educação e Letras da UFAC.
Resumos submetidos |
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A escrita das imagens e a fala da terra nas práticas do Mahku - Movimento dos Artistas Huni Kuin Autoria: Amilton Pelegrino de Mattos Autoria: Centro Mahku Independente (CMI) é como os huni kuin da associação Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku) denominam o trecho de floresta adquirido pelo coletivo para se constituir em seu laboratório. Nos últimos anos o coletivo tem realizado oficinas, residências artísticas e acadêmicas e também composto uma rede constituída de universidades e museus, junto aos quais realiza exposições, oficinas, cursos. A associação teve origem nas pesquisas de Ibã com os huni meka, cantos de nixi pae (ayahuasca) na Universidade Federal do Acre, quando criamos o projeto de pesquisa Espírito da floresta para transformar junto a outros pesquisadores huni kuin os cantos em imagens (desenhos, vídeo, encontros e outras experimentações visuais). Interessa-me nessa apresentação experimentar com o conceito de correspondência a partir dessas diversas dimensões e práticas que constituem o Mahku e o CMI.
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Correspondências entre designers e artesãs em processos de construção de artefatos projetuais Autoria: Raquel Gomes Noronha Autoria: Apresentamos resultados de correspondências entre professora e alunos de design com artesãs em ums pesquisa que visa a construção de artefatos para mediação de práticas criativas. Dedicados ao entendimento dos processos de "empoderamento" e "aprisionamento" percebidos com a prática do artesanato em quatro comunidades no estado do Maranhão, os atores sociais, em correspondência, produziram ferramentas colaborativas que propiciaram o entendimento de tais processos. Para além de um processo de representação do outro, seguindo o que propõe o antropólogo Tim Ingold (2011; 2015; 2018), as ferramentas e jogos propostos sobre a associação das ideias de empoderamento no artesanato com design e metodologias projetuais colaborativas foram construídas em correspondência, como um caminhar lado a lado, a partir de um design por meio da antropologia, de modo especulativo e por meio do fazer.
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Experiências de correspondência por meio de artefatos e territórios no contexto de um projeto de documentação de culturas indígenas de recente contato e fronteira, o Prodocult (Museu do Índio-FUNAI/UNESCO) Autoria: Thiago Lopes da Costa Oliveira Autoria: Esta apresentação tem por objetivo refletir sobre as práticas de pesquisa-ensino-extensão ocorridas no âmbito do Projeto de Salvaguarda das Culturas Indígenas (Prodocult) do Museu do Índio-FUNAI/UNESCO. Tal projeto se propõe a articular práticas de documentação-etnografia com políticas de formação de pesquisadores e salvaguarda de conhecimentos indígenas. O alinhamento entre políticas de Estado (a salvaguarda, a documentação, o registro) e antropólogos e nativos engajados em torno de conhecimentos específicos (saberes sobre artefatos, línguas e territórios) se dá em um contexto privilegiado de pesquisa: as oficinas de documentação. Tais oficinas são espaços de reorganização da experiência etnográfica. São contextos para correspondência e corresponsabilização em torno de performances “documentais” (visitas, caminhadas, conversas, desenhos, registros fotográficos, sonoros e audiovisuais).
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